Still I Am Alive | Geeks Only

Este filme pretende ilustrar as várias formas de Amor que existem no seio de uma família e no mundo. Pretende falar de como ele é capaz de perdurar no tempo, quebrar todas as barreiras e preconceitos e mostrar como cada uma destas formas consegue ser especial e única, seja ele um amor fraternal, um amor passional, um amor paterno, materno ou só… amor.
O filme começa com o ecrã a negro, enquanto ouvimos passos e o som de uma zaragata entre crianças. Quando a imagem aparece estamos a acompanhar as costas do nosso primeiro personagem, Bernarda, que se dirige calmamente para o centro do conflito:

– Então meninas?? Querem-me contar o que se passa aqui?
– É ela!! Ela está a brincar com os meus brinquedos e nem me pediu!!
– Pedi, pedi!!
– Ai isso é que não pediste!
– Calma… – enquanto se senta junto delas – já viram porque é que estão a discutir? Acham que duas irmãs e amigas discutem por tão pouco? Eu sei que agora vocês acham que estão muito chateadas e cada uma de vocês tem muita razão mas olha que quando eu era mais nova e discutia com a minha irmã acabava sempre por me arrepender…
– Tu tinhas uma irmã avó??? – pergunta a Maria
– Tinha sim, chamava-se Brígida! Éramos as melhores amigas e fazíamos sempre tudo juntas. Brincávamos, partilhávamos brinquedos, íamos juntos para a escola, para o ballet…
– Ahhhh e também fazias ballet??? – interrompe a Carolina.
– Oh! Fazia e fazíamos! A Brígida fazia ballet como ninguém! Só ficar a vê-la era uma maravilha!
– E tu, e tu? Ainda consegues fazer ballet avó?
– Ora aí está uma boa pergunta – responde Bernarda depois de soltar uma pequena gargalhada – Muito sinceramente não sei mas acho que só há uma maneira de descobrir.

Levanta-se e vai buscar as sapatilhas de ballet e, depois de as calçar e de aquecer brevemente, começa por fazer um pequeno tendu ( começa o tema), o que é o suficiente para deixar as pequenas de boca aberta. Já um bocadinho mais quente e relaxada vai soltando alguns movimentos que activam a memória muscular, como um plié executado na perfeição mas é quando Maria e Carolina vêm a sua avó a executar um Grand Battement que não conseguem deixar de soltar um sonoro e simultâneo “Uaaaauuu”.
O rosto da avó Bernarda ilumina-se com um sorriso genuíno ao ver as netas embevecidas e daí viajamos ao passado. Do retrato da avó Bernarda passamos para um retrato da menina Bernarda (JUMPCUT), as sardas, a semelhança na cor dos olhos e do cabelo e um sinal característico na maçã do rosto faz-nos perceber que estamos a ver exactamente a mesma pessoa, décadas atrás. O sorriso é precisamente o mesmo mas agora vemos que o que a faz sorrir é a irmã na aula da ballet. Vamos vendo vários momentos daquilo que é a vida de duas crianças que se amam como mais ninguém e que passam juntas os seus melhores momentos. As aulas de ballet, os passeios de bicicleta, as intermináveis tardes no meio da mata à sombra dos pinheiros, as aventuras na escola.
Surge um rapaz. A troca de olhares evidencia uma cumplicidade que é tão óbvia quanto inocente nesta idade. Com o tempo, o rapaz vai tomando o lugar da irmã como centro das suas atenções e eles passam cada vez mais tempo juntos. A dada altura vemos os dois sentados de costas a contemplar uma paisagem e voltamos a viajar no tempo, desta vez andamos para a frente e da imagem anterior passamos para uma imagem com exactamente a mesma composição mas desta vez no quintal de uma casa nos subúrbios e os personagens têm, agora, cerca de 50 anos (JUMPCUT). As posições deles voltam a não deixar espaço para o equívoco e percebemos que são as mesmas pessoas, com os mesmos olhares, com o mesmos passeios no pinhal. Mais tarde vemo-los em casa e recebem um novo personagem. É a filha deles. A maneira carinhosa como a recebem deixa-o bem claro. Quando o plano abre vemos que a filha está grávida, talvez esse seja o motivo dos sorrisos. Eles conversam calmamente. A dada altura, a criança nasce e os avós vão ver a recém-nascida no seu leito. A avó olha maravilhada para a sua neta acabada de chegar ao mundo, o contra plano mostra-nos a recém nascida no colo da avó com os olhos ainda fechados.

Aqui dá-se a terceira e derradeira viagem no tempo. Num plano de idêntica composição vemos agora os personagens iniciais (JUMPCUT). O círculo está completo. O bebé, que agora é uma criança está nos braços da avó e olha para cima encarando-a e pergunta:

– Oh avó, então onde está a tua irmã que eu nunca a vi? O que é que lhe aconteceu?
– Olha querida… Nós nascemos, vivemos, amamos e morremos… Às vezes as pessoas afastam-se, desaparecem mas quando duas pessoas se amam verdadeiramente, isso dura para sempre…

Quando a música volta a subir vemos várias imagens de momentos de prazer e alegria nos diferentes momentos, até que param no momento que as duas irmãs, Maria e Carolina percebem a história que acabaram de ouvir sob o olhar ternurento da avó.

Realizador: Filipe Correia dos Santos

Director de Fotografia: Arlindo Camacho

Produtor Executivo: Pedro Caldeirão

Guião: Filipe Correia dos Santos 

Música e letra: The Black Mamba

1º Assistente de Câmara: Rodrigo Santos

Guarda-Roupa: Miss Suzie

Assistente de Produção: Bruno Costa

Editor: Pedro Amaral and Filipe Correia dos Santos

Elenco: Leonor Alcácer, Maria Santos, Matilde Gomes, Dayana Carvalho, Violeta Barbosa, Madalena Duarte, Maria Martins, João Caldeira, Gustavo Almeida, Inês Santos e Guilherme Santos.

Agradecimentos: Hit Management e Sonder People

Câmara: Canon C200
Lentes: Zeiss Milvus

Making of: Fotografia por Rodrigo Santos


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