Este filme conta a história de um homem cujo único propósito, é a mulher que ama. Não há mais nada, nesta Terra ou na próxima, que seja capaz de o mover. Na sua perspectiva, esta mulher é um ser absolutamente único que deve ser adorado e, como tal, merece um mundo próprio, um mundo onde ela é intocável e inalcançável, o mundo de uma Deusa. Lá o tempo está parado, lá ambos conseguem comunicar sem que uma única palavra seja proferida, uma realidade alternativa, na verdade. Um mundo construído no imaginário do nosso personagem principal, construído com o rigor, minúcia e detalhe que a sua amada merece. Um mundo que é, ele próprio, tão belo e perfeito como ela, feito das suas flores preferidas, sendo que cada flor é construída pétala por pétala e colocada com precisão e carinho. Tudo tem que estar perfeito.
Ao percorrer este mundo encantado a nossa personagem feminina está encantada e deslumbrada, ela aprecia todos os detalhes com prazer. A dada altura dentro do imaginário do nosso protagonista encontra uma caixa, também ela feita de flores, caixa essa onde a mulher entra e, como se fosse possível, o nível de adoração cresce ainda mais.
No entanto esta adoração, esta busca, pela perfeição, de tão intensa começa a não deixar espaço para a espontaneidade, para a identidade própria e para a abertura ao desconhecido.
À medida que a obsessão cresce a nossa personagem feminina começa a sentir-se encurralada, sentindo que não tem qualquer tipo de saída.
A dada altura, quando o tema pára e ele olha para ela, quando ele olha verdadeiramente para ela, ele percebe-a. Percebe-a com toda a sua complexidade e vicissitudes. Percebe também o afastamento e falta de ligação entre os dois, provocados por ele. Todo este querer está a afastá-los e a destruir aquilo pelo qual ele trabalhou tanto. É aqui o clímax do filme, da mesma maneira que é aqui o momento em que o personagem principal percebe o que é amor verdadeiro. Um amor desprendido, um amor que cuida, um amor que pretende realmente o que é de melhor para o outro. Decide dar-lhe o espaço que todo o indivíduo livre precisa e permite que ela saia do seu imaginário, para sempre… estando disposto a abdicar dela, ela que é tudo para ele, a sua própria vida.
E ela, quando lhe é dada a escolha, decide ficar. Decide deixar-se imergir naquilo que não é mais um sufoco. A partir do momento em que existe uma decisão, verdadeira e própria, de ficar o sentimento que a inunda é um sentimento de tranquilidade e ela… ela fica.
Realizador: Filipe Correia dos Santos
Director de Fotografia: Arlindo Camacho
Produtor Executivo: Leonardo António
Assistente de Produção: Ricardo Diniz
Assistente de Produção: Vera Belchior
1º Assistente de Câmara: Vasco Carlos
Operador de SteadiCam: Maurício Franco
Director de Arte: Arlindo Camacho
Chefe Electricista: Fernando Gomes
Assistente Electricista: Filipe B Santos
Sytling: The Blondette Effect
Maquilhagem: Laura Lucaz, María Fernandes
Cabelo: Joana Costa
Actriz: Selina Remus ( Next )
Estúdio: STP Audiovisuais
Flores: Decofloralia
Catering: Colher de Pau
Editor: Pedro Amaral
Cliente: HMB / Naptel Records
Agradecimentos: Luís Vitorino
Câmara: Canon C200
Lentes: Zeiss Milvus
Making of: Fotografia por Gonçalo Cardigos
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